domingo, 6 de julho de 2014

Redes sociais e a ausência de privacidade

Olá, WEBloucos.

Redes sociais são um problema, por isso não participo de nenhuma.
Meu chefe sugeriu que abríssemos conta no LinkedIn para ajudar a manter os funcionários da empresa próximos dos clientes e fornecedores. Chefe é chefe! Acabei de ler o Termo de Contrato e não estou nada satisfeita.

Na lista do que deve e não deve fazer (10.1), duas linhas acenderam meu alerta: "Fornecer informações precisas a nós e atualizá-las conforme necessário" e "Utilizar seu nome verdadeiro em seu perfil".

Nome verdadeiro como Ana Maria da Silva, Maria de Fátima, Maria da Glória, João José, José Luiz, Manuel da Silva, Joaquim são nomes comuns. A simplicidade contribui para manter a privacidade pois haverá muitos outros de nome igual. Os que tem nomes diferentes (como a lista abaixo) ou raros, ficam expostos. Estes não terão privacidade nenhuma:

Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida
Adhagui d'Obaldo
Amazonas Rio do Brasil Pimpão
Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete
Antônio Veado Prematuro
Capote Valente e Marimbondo da Trindade
Chevrolet da Silva Ford
Defuntina Finadina
Lança Perfume Rodometálico de Andrade
http://desciclopedia.org/wiki/Deslistas:Os_nomes_mais_esquisitos_do_Brasil

Não conheci nem ouvi ninguém que tenha nome igual ao meu. Todos me chamam por um resumo de meu nome, até meu chefe. Acho que meus colegas de trabalho e muitos amigos não sabem que me chamam por um resumo de meu nome de batismo. Tendo que me cadastrar na rede sugerida vai acabar com a minha privacidade, colocando eu e minha família em risco. Não há política de privacidade que possa manter a privacidade dos donos de nomes diferentes ou esquisitos. Amanhã direi a ele que não vou seguir a sugestão.
"Segue uma lista de algumas coisas específicas que você deverá fazer e não fazer no LinkedIn. Caso queira um resumo de alto nível destes termos, consulte nossas Diretrizes da Comunidade Profissional

10.1. O que você deve fazer:

    Cumprir todas as leis aplicáveis, incluindo, entre outros, leis de privacidade, leis de propriedade intelectual, leis de controle de exportação, leis tributárias e exigências regulatórias;
    Fornecer informações precisas a nós e atualizá-las conforme necessário;
    Revisar e cumprir nossa Política de Privacidade;
    Revisar e cumprir os avisos enviados pelo LinkedIn sobre os Serviços;
    Utilizar os Serviços de maneira profissional; e
    Utilizar seu nome verdadeiro em seu perfil."
http://www.linkedin.com/legal/user-agreement#linkedin-dos-and-donts
Outra exigência chamou a minha atenção: "Você confirma, consente e aceita que nós podemos acessar, conservar e divulgar suas informações de cadastro e quaisquer outras informações fornecidas por você". Se um assaltante conseguir justificar o interesse pelos dados dos membros da rede, depois que o LinkedIn divulgar as informações de cadastro a ele estaremos fritos. Bandidos brasileiros e chineses são muito criativos. Quando o LinkedIn se der conta, já colocou em perigo toda uma cartela de clientes. Começo a entender porque a maioria dos inscritos em redes sociais são pessoas das classes C para baixo.

Aos amigos programadores, fico na esperança de que um deles coloque uma rede social no ar, em que a privacidade preveja essa e outras situações. Que o usuário se cadastre com o nome de batismo mas possa escolher o nome a ser exibido, assim como as informações de perfil que poderão ser repassadas. Seja como for, sou contra divulgar ou compartilhar o nome completo do membro, dados de endereço, data de nascimento e telefones. O compartilhamento com parceiros devia ser só com o nome autorizado pelo usuário, faixa etária, gênero, estado da federação e mais nada. Nem cidade, nem idade exata, nem nada mais mesmo.

Quando um de vocês colocar online uma rede assim, avisa!

WEBbeijos

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